Quem percorre a Estrada das Doze para oeste e desce cerca de 900 m do Caminho Florestal dos Viveiros da Falca, chega à entrada deste espaço, em tempos destinado exclusivamente à produção de espécies arbustivas e arbórea e que foi mais tarde valorizado com zona de recreio e lazer.
Este foi um dos primeiros viveiros florestais instalados na ilha Terceira pela antiga Circunscrição Florestal de Angra, criada em 1962. A escolha recaiu sobre este terreno da freguesia de São Bartolomeu, entre os 420 e os 450 m de altitude na encosta sul da Serra de Santa Bárbara. Contribuiu para a escolha as condições favoráveis de humidade e temperatura do local, importantes para a germinação e crescimento de plântulas de Cryptomeria japonica, espécie arbórea muito propagada nos anos 60 e 70 do século passado. Apesar desse propósito, mais tarde começou-se a diversificar o cultivo, em particular com a estacaria de espécies arbustivas ornamentais como as azáleas e camélias. Esse facto contribuiu para que hoje este espaço esteja compartimentado por frondosas cortinas de Criptoméria e com os talhões interiores, onde é feita a estacaria e sementeira, divididos por exuberantes sebes de Camélias, esplendorosas na altura da floração.
A Reserva Florestal de Recreio do Viveiro da Falca foi criada apenas em 1989 (DLR nº 16/89/A, de 30 de agosto) quando se percebeu que este agradável local se tornara já num espaço muito procurado para recreio da população. A zona de mata foi sendo transformada e enriquecida ao longo dos anos, existindo hoje diversas espécies exóticas como Carvalhos, Metrosíderos, Plátanos a outras folhosas, por entre as Criptomérias que continuam a dominar o espaço. Apesar dessa atrativa combinação de frescura e sombra, existem também amplas clareiras que deixam o sol tocar a vegetação herbácea natural que reveste o chão.
Este espaço é embelezado pela Ribeira Brava, uma pequena linha de água de curso sazonal que atravessa a reserva, e que uma pitoresca ponte em madeira permite atravessar, suscitando quase sempre a vontade por uma fotografia. Todo o espaço pode ser percorrido com facilidade utilizando os caminhos em bagacina que serpenteiam por entre as árvores.
Para além de estar equipada com uma casa-abrigo, instalações sanitárias e as habituais zonas para piqueniques, com mesas, papeleiras e grelhadores, encontra-se ainda apetrechada com alguns equipamentos de parque infantil e um pequeno campo de jogos.
Embora a zona de recreio classificada ocupe cerca de 4,5 ha, está instalada num prédio bem maior, ocupado por zonas reservadas contíguas onde os Serviços Florestais mantêm os viveiros e um espaço de estufas para germinação e enraizamento controlado de espécies mais sensíveis.
Paulo Barcelos – CMAH