O complexo Megalítico da Grota do Medo é um local situado na freguesia do Posto Santo que envolve uma extensa área que desce desde o Pico do Espigão até à Circular de Angra do Heroísmo.

As maiores expressões rupestres e construções megalíticas do local ocupam maioritariamente os lados direito e esquerdo da Ribeira que sendo funda, na zona do povoado, recebe a designação de Grota.

Várias hipóteses para o nome Grota do Medo têm sido levantadas pelos habitantes da freguesia, todavia, não há nenhuma delas que nos permita afiançar que é daí que deriva essa designação. Uns atribuem o nome ao ruído que as rochas fazem quando a ribeira corre em regime torrencial e as transporta, outros porém, associam-no ao “cantar às alminhas” num culto muito semelhante àquele que ainda ocorre no norte de Portugal, quando, na Páscoa, um sénior, localizado num ponto alto do povoado entoa um cântico para resgatar as almas do purgatório.

No designado Complexo Megalítico da Grota do Medo, encontram-se manifestações rupestres antrópicas que, parafraseando Ferreira Drummond, “…nos deixam em perplexidade”. Essa perplexidade surge do facto de nos sentirmos caídos numa cápsula do tempo, na presença de monumentos fúnebres típicos do megalitismo. Também resulta do facto de nada ter sido registado sobre eles quando se encontravam à vista de muitos, incluindo ilustres clérigos e intelectuais do século XIX e XX.

Se dúvidas houvesse quanto à sua antiguidade, estas desfizeram-se com datações radiométricas de materiais encrustados tanto nas paredes dos edifícios megalíticos quer em peças de terracota encontradas no local. A partir desse momento, o que parecia, passou a ser, mas mesmo assim as dúvidas não desapareceram, até pelo contrário, adensaram-se com tantas e inúmeras questões.
Félix Rodrigues