O povoamento destas ilhas acontece, em parte, por motivação religiosa ou de mãos dadas com esta, estando alguns dos intervenientes nos principais momentos da sua história ligados à Igreja. Não admira, pois, que muitas das evidências mais antigas que observamos sejam dessa natureza.
É certo que no concelho de Angra existe uma catedral, dezenas de igrejas, ermidas, conventos, cemitérios, paços, impérios, cruzeiros e muitas outras marcas da devoção do povo. Mas o património religioso não se faz apenas de pedras, não se esgota no edificado. Ao valor arquitetónico temos de somar a riqueza da talha, da arte sacra, dos paramentos, das alfaias, de outros bens e utensílios, dos livros, da história dos seus párocos e prelados, da música e dos órgãos, do imaginário e de toda a teatralidade do ritual sacro.
Mas é ainda mais. É a história das instituições nas suas práticas sagradas e da interação com a sociedade. Para as irmandades e pessoas que zelam por este património há outros valores que os movem e que falam mais alto: a Fé, a Identidade, o Simbolismo. São espaços onde se evidencia o poder da palavra, a harmonia da música e a comunhão por um ideal superior e fraternal.