Classificado como Monumento Natural, o Algar do Carvão situa-se no interior da caldeira do Guilherme Moniz, a sensivelmente 640 m de altitude, distando da cidade de Angra do Heroísmo cerca de 12 km por estrada. É uma notável cavidade vulcânica cuja importância geológica e espeleológica tem sido justamente assinalada por diversos especialistas nacionais e estrangeiros.

Após uma erupção traquítica originada muito tempo antes, uma nova erupção, desta vez basáltica, rasgou o derrame lávico pré-existente e iniciou um processo que levaria à formação de um vulcão estromboliano, constituído por dois cones, na sua parte superior composto de escórias, que teve uma fase efusiva muito rica, de lavas muito fluidas. No interior é possível observar as cúpulas criadas pelas tentativas de saída da lava, bem como algumas “capas” basálticas que ainda resistem agarradas à rocha primitiva.

Devido à ação da água, é possível observarem-se depósitos ferrosos e siliciosos nos tetos interiores desta notável chaminé vulcânica. A presença das estalactites de sílica é, em particular, o que mais chama a atenção dos visitantes e mais suscita a sua curiosidade. É possível apreciar ainda outras formações originadas aquando da formação deste algar. A parte basal termina numa pequena lagoa, que confere uma beleza adicional ao conjunto.

A beleza deste algar passa também pelas comunidades vegetais que recobrem o interior da chaminé vulcânica, sendo possível observar diferentes aves que procuram refúgio junto dela. As diversas espécies de plantas, de bolores, artrópodes e de outros grupos taxonómicos constituem também um importante património.

A primeira descida ao interior deste algar data de 1893. Apenas em 1966 foi aberto o túnel de acesso ao público, pela Associação Os Montanheiros, responsável pela gestão turística desta cavidade.

A procura por novos palcos, com cenários exóticos, foi talvez o principal motivo para que se tenha realizado no seu interior, diversas atividades sociais: atuações de grupos corais, grupos de música popular e alternativa, assim como a realização de eucaristias.
Paulo Barcelos – CMAH