Desde o início da sua atividade em 1963 que a Associação Os Montanheiros mostrou uma forte ligação às questões que se prendem com a geologia, assim como um apreço muito especial pelas singulares formações e estruturas naturais que as cavidades vulcânicas encerravam e que até então eram desconhecidas pela população local. Com as primeiras expedições espeleológicas surgiram também as primeiras amostras, trazidas à luz do dia para fins científicos e, obviamente, para suscitar a curiosidade das pessoas, aliciando-as a uma causa que então estava a dar os primeiros passos.

Uma após outra, as amostras tornavam-se num conjunto digno para ser exposto. Infelizmente as condições económicas, pouco favoráveis, limitavam em muito as pretensões desta ainda jovem associação. No entanto, de forma muito rudimentar, em cima de simples prateleiras, avançou-se com uma exposição permanente, que na época chamava já algumas pessoas mais curiosas. Estávamos em finais dos anos 60.

Com o passar dos anos, mais expedições e trabalhos de campo foram sendo realizados tendo-se paulatinamente conseguido recolher um vasto espólio, parte do qual foi sendo exposto em espaços sempre provisórios, não fosse o facto da associação nos anos 70 ainda não ter sede própria. Por vezes organizavam-se pequenas exposições, para agrado da população mais interessada e curiosa, em que o material era apresentado de uma forma particularmente cuidada.

Na década de 80 adquiriram-se as ruínas de um prédio na Rua da Rocha, projetando-se na reconstrução um espaço específico para museu. Este edifício, inaugurado a 1 de dezembro de 1986, tornou-se na atual sede da Associação Os Montanheiros. Abandonava-se a designação de “exposição” para substituí-la por “sala-museu”, nome que perdurou até ao início da década de 90 quando reabre ao público como Museu Vulcanoespeleológico Machado Fagundes, numa invocação à memória de um dos sócios fundadores desta associação. Novas obras de melhoramento em 2012 e novamente em 2019, resultaram num aumento da área, em novos expositores e iluminação, garantindo melhores e mais agradáveis condições de visitação.

Neste museu, integrado na Rede de Museus e Coleções Visitáveis dos Açores, estão presentes materiais e estruturas diversas que resultaram da génese vulcânica destas ilhas, maquetas 3D a representar 6 das 9 ilhas dos Açores, uma pequena xiloteca, uma coleção de barros da ilha Terceira, fósseis, uma coleção de conchas e mais algumas curiosidades.

Ao longo do tempo enriqueceu-se este espaço com novas e diversificadas amostras, resultando no rico espólio em exposição, todo ele inventariado. Atualmente é visitado por centenas de curiosos e interessados, nomeadamente grupos escolares, para visitas didáticas que permitem um melhor conhecimento sobre as ilhas dos Açores.
Paulo Barcelos - CMAH