Morre, na cidade de Lisboa, o jornalista, dramaturgo, Faustino da Fonseca, Terceirense.
Faustino da Fonseca nasceu na cidade de Angra do Heroísmo, no dia 1 de abril de 1871, filho de Faustino da Fonseca e de Maria Amélia Freitas da Fonseca. Filho e neto de liberais, soldados foram dos bravos que desembarcaram nas praias do Mindelo, foi ele, também, um grande defensor, pregoeiro e combatente dos princípios da Liberdade em que militaram seus maiores.
Depois de fundar e dirigir alguns jornais na cidade de sua pátria, se foi para Lisboa onde desenvolveu mais altos e dilatados voos. Foi o diretor da Biblioteca de Lisboa, redator e diretor de «A Vanguarda», «O Século», «A Batalha», «O Mundo», «O País», etc. Escreveu para o teatro: «Pátria e Liberdade», «A Descoberta da Índia», «D. Inês de Castro»; e as obras seguintes: «Lira da Mocidade», seu primeiro livro, em verso, «Três Meses no Limoeiro», «A Descoberta do Brasil», «Pedro Alvares Cabral», «O Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia», «Beijos por Lágrimas», «Os Bravos do Mindelo», «Arraia Miúda», «A Padeira de Aljubarrota», «Alma Portuguesa», «Filhos de D. Inês de Castro» e outros.
Foi um dos organizadores do movimento de 31 de janeiro no Porto e preparou a revolução de 1910 que implantou a República em Portugal.
Possuía um erudição vasta, diariamente manifestada nos seu artigos no jornalismo. Sua esposa, Virgínia da Fonseca de Sousa Adão, natural de Angra, é considerada uma distinta pintora.
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 325, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.