Foi publicado o edital do rei autorizando o transporte de colonos açorianos para o Brasil.
Quase mensalmente saíam levas de emigrantes destas ilhas para a colonização das terras que se iam povoando, dando-se preferência aos naturais dos Açores, ordenando-se que os distribuíssem em núcleos de 60 casais.
O rei, autorizando a condução gratuita de colonos açorianos para o Brasil, concedia: «a cada mulher de mais de 12 anos e menos de 25, casada ou solteira, 2.400 reis e aos casais que levarem filhos, 1.000 reis para cada um. A cada casal uma espingarda, duas enxadas, um machado, uma enxó, um martelo, um facão, duas facas, duas tesouras, duas verrumas e uma serra com uma lima e travadoura, dois alqueires de sementes, duas vacas e uma égua, e no primeiro ano se lhes dará farinha para o sustento. Os homens que passarem por conta de S. M. ficarão isentos de servir nas tropas pagas, no caso de se estabelecerem no termo de dois anos nos sítios que se lhes destinarem, onde se dará a cada casal um quarto de légua em quadro para principiar a sua cultura, sem que se lhes levem direitos nem salário algum por esta sesmaria; e quando pelo tempo adiante tenham família com que possam cultivar mais terras, as poderão pedir ao governador».
Assim começou o povoamento do sul do Brasil.
«Era do Arquipélago dos Açôres que devia saír a sementeira para fixar a raça e o ideal luzitano no sul do Brasil», escreveu o general Borges Fortes no livro « Casais », em 1932, comemorando o V centenário do descobrimento do Arquipélago Açoriano.
Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 267, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.