Até este dia deram entrada no sul do Brasil 1.178 casais Açorianos com 6.492 pessoas.
Foram, os açorianos, os primeiros e os melhores colonizadores das terras do Brasil, como se tem demonstrado em tanta publicação que corre o mundo, firmada pelos mais conceituados escritores estrangeiros, especialmente fluminenses.
Desde o ano de 1748 em que era governador da capitania de Santa Catarina o brigadeiro José da Silva Pais, até 29 de dezembro de 1753, durante cinco anos apenas, deram entrada no sul do Brasil 6.492 açorianos.
O general Borges Fortes, notável publicista brasileiro, que se orgulha da sua ascendência açoriana, escreveu no seu livro «Casais»: «Podemos, os descendentes dos casais, regozijar-nos dos ancestrais da nossa raça, límpida nas suas origens»; mas não oculta, o grande escritor, que: «não eram viagens risonhas, as que empreendiam os exilados. Animava-os, certamente, a mais prometedora esperança ao abandonarem as suas ilhas nativas, as terras que haviam cultivado, as famílias do seu sangue e estima, os interesses já radicados, para virem tentar uma vida nova nas desertas regiões da América, fascinados pelas promessas de seu soberano e senhor. Atirados às centenas nos convezes e porões dos pequenos barcos desses tempos, à mercê das inclemências e caprichos do tempo, viajavam semanas longas e continuadas até o momento alviçareiro de pousarem na terra do destino.
Chegavam, enfim, minados porém pelo rigor da travessia e dizimados pela enfermidade».

In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 388, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.