João Moniz Côrte-Real, cavaleiro das ordens de Cristo e Aviz, condecorado com a cruz de ouro n.º 6 da guerra peninsular e major reformado de infantaria, nasceu na cidade de Angra, envolvendo-se na revolução de 1820. Aderiu depois, na Ilha Terceira, à causa de D. Miguel, operando numa contra-revolução, aprisionando dois destacamentos, nos Biscoitos e aclamando el-rei D. Miguel, na Vila da Praia, como rei absoluto de Portugal e seus domínios.
Foi um dos sete indivíduos a quem o governo liberal da cidade de Angra decretou a pena de morte, em 9 de Janeiro de 1829, prometendo, pelo assassinato dele, 200$000 e o perdão geral de todos os delitos a quem o assassinasse. Foi notável neste período, onde confirmou a sua valentia, já evidenciada na grande guerra peninsular.
Nasceu no dia 23 de Julho de 1785 e faleceu a 9 de Janeiro de 1860, tendo casado duas vezes: a primeira com D. Joaquina do Carmo de Moura Portugal e a segunda com D. Maria Carolina de Oliveira. Escreveu e publicou um opúsculo com o título: «Fatalidade do povo da Ilha Terceira na sua política contenda contra os rebeldes» em 1832.
João Moniz ao combater na Terceira pela causa miguelista, tinha como companheiros Joaquim de Almeida, Eustáquio de Andrade, João José de Melo e João Cabral de Melo, cujas cabeças estavam também a prémio, e dispunham de 3.000 homens armados, todavia praticou proezas admiráveis de audácia de que a história se não ocupou com toda a verdade.
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 229, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.