Nasceu, na freguesia de São Sebastião, o historiador açoriano Francisco Ferreira Drumond.
Filho de lavradores abastados da Vila de São Sebastião, na Terceira, nasceu Francisco Ferreira Drumond em 21 de janeiro de 1796, Em Angra estudou as disciplinas que naquele tempo se ensinaram, procurando ele sempre aumentar o seu pecúlio de instrução, sentimentos ambicioso que o levou até ir devassar arquivos públicos e cartórios, como casas particulares, em busca de cabedais para escrever uma obra que hoje é considerada um tesouro açoriano – «Anais da Ilha Terceira», quatro volumes, que foram publicados em 1850; pela Câmara Municipal, deixando cabedais inéditos que dariam novo trabalho de elucidação histórica, que ainda se não editou e foram ultimamente adquiridos pelo Dr. Ramiro Machado.
A sua vida arrastou-a por cartórios a vasculhar, na poeira dos arquivos, a mendigar pelas casas fidalgas, na tarefa inglória de guardar o muito que hoje se conhece e sabe e que se ignoraria, em grande parte, se ele o não salvasse dos túmulos onde jaziam. Quantas recusas e más respostas suportou! Pois se até o epiteto de maluco lhe foi atirado, nos últimos anos, por ele se distanciar dos mais, na febre de enriquecer a história da terra, coisa que a tão poucos interessa…
A obra mais valiosa, mais rica, única na história açoriana, com a documentação dos primeiros tempos, é a que escreveu e deixou este obscuro filho de humildes lavradores, nascido numa povoação primitiva – «Anais da Ilha Terceira».

In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 45, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.