Chegaram a Argel os Coreanos, náufragos dos navios da frota de Francisco Freire de Andrade.
Haviam aportado à baía de Angra, na IIha Terceira, onze navios da frota do general dos Estados Unidos do Brasil, Francisco Freire de Andrade. Vinha numa fragata, o celebrado João Fernandes Vieira, notável na história brasileira, noutra, de que era capitão Manuel da Silva, ia, de presente a el-rei, um casal de leões, a cargo de um cabouco que os domesticara.
O mar revolto fez com que parte destas embarcações viessem à costa, despedaçando-se, por descuido de seus oficiais. Foi esta última frota que pela baía de Angra passou. Constava a carga de marfim e madeira de alto preço. Com os navios que escaparam se foi a frota a caminho, levando muitas pessoas da ilha, em número de 50, e de respeitabilidade, entre as quais João do Canto de Castro e alguns padres, além da carga de 2.000 moios de trigo.
Saindo no dia 3 de outubro, apenas passaram a Ilha de São Miguel, uma violenta tempestade levou o governo e os mastaréus de ambas as gávea e a água subia por largas fendas.
Surgiram dois navios ingleses que foram em socorro, tomando João do Canto e os mais que possível lhes foi, conduzindo-os a Tânger, e o resto ficou abandonado à sorte do mar e dos ventos. Um corsário argelino se aproximou, levando-os cativos. A Argel chegaram, finalmente, no dia 19 de novembro, os infelizes portugueses, em número de 135, sendo considerados como boa presa, visto a resistência que lhes haviam feito, para se livrarem.
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 348, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.