Professou, no convento de São Francisco, em Angra, o frei Miguel de Santa Rosa, da vila da Praia.
Frei Miguel de Santa Rosa nasceu na Vila da Praia da Terceira, filho de Gabriel Ramos e Ângela da Costa. Estudou filosofia no convento franciscano daquela vila, e teologia na cidade de Coimbra. Abraçando o Instituto Seráfico, no convento de São Francisco da cidade de Angra, nele professou, no dia 19 de agosto de 1686. Muito versado nas faculdades que aprendeu, filosofia e teologia, as lecionou, com bastante saber e aproveitamento, nos conventos da Vila da Praia e de Ponta Delgada, até que, passados 12 anos de leitura, jubilou.
Foi guardião e definidor da sua província; e, como pregador, o seu nome se impôs entre os maiores do púlpito açoriano. Homem honestíssimo, prudente e calmo, nunca traiu ao seu próximo.
Falava pouco, observava muito e muito escrevia, deixando manuscritos de valor, entre os quais um que Barbosa viu e a ele se refere na «Biblioteca Luzitana», o qual consta de dois tomos, dedicados ao Marquês de Valença, D. Francisco de Portugal, denominado - «Rosas univocadas ou acções unívocadas das duas preclarissimas santas Rosas Domínica e Franciscana». Faleceu, piamente, no convento de Angra, no dia 24 de fevereiro de 1738, com grande fama de justo e sábio.
Eram os conventos, de facto, viveiros onde se albergavam e floriam espíritos que iluminaram os primeiros séculos; neles se ensinava e educava a mocidade, aproveitando a inteligência onde ela manifestava sua luz, sem distinção de classes.

In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 256, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.