Chega à Terceira o Capitão Francisco Ornelas da Câmara para a restauração dos Açores.
Quando da revolução do 1.º de dezembro de 1640, estava em Lisboa o fidalgo terceirense Francisco de Ornelas da Câmara que fora, segundo notas do general Macedo, um dos quarente fidalgos da restauração portuguesa, D. João IV, o novo rei, chamando-o, o encarregou de trazer pessoalmente a estas ilhas a nova da Restauração e trazê-las para seu domínio, reduzindo à sua obediência o inexpugnável castelo do Monte Brasil onde D. Álvaro de Viveiros com seus soldados se aquartelara e governava por Filipe III. Partiu o capitão Ornelas no dia 21 de dezembro de 1640 e aportou à Terceira no dia 7 de janeiro de 1641, num domingo, dia memorável, escolhendo para desembarque o lugar do Porto Martins, perto da Vila da Praia, onde tinha suas casas e criados.
Apenas chegou a ocultas da população, foi visitar Frei Diogo das Chagas, um dos mais honrados padres, definidor da ordem seráfica e homem inteligente e de grande prudência e tino. Com ele concertou como dar princípio ao espinhoso cargo que lhe confiara o rei e que ele desejava cumprir.
Passaram alguns meses em estudos e tentativas várias para a aclamação nas ilhas, sem que se conseguissem resultados vantajosos necessários à consecução dos seus projetos.
Filipe III escrevia a Ornelas prometendo-lhe muito se o acompanhasse, mas Ornelas permanecia fiel ao seu rei e firme à sua palavra dada, no entanto manifestava temor ou indecisão.
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 31, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.