25 de fevereiro de 1551
Carta régia concedendo a comenda de Cristo a João da Silva do Canto, terceirense.
João da Silva do Canto, filho do 1.º provedor das armadas açorianas, Pedro Annes, recebeu a comenda da ordem de Cristo e foi nomeado fidalgo cavaleiro da casa real em reconhecimento dos serviços prestados a el-rei e à pátria em Ceuta. Foi do conselho de el-rei, provedor das armadas e naus da Índia na Ilha Terceira, administrador do 2.º morgado instituído por seu pai. Fundou em 1571 a Santa Casa da Misericórdia da Vila da Praia, edificou, à sua custa, o cais do Porto de Pipas e reparou o Castelo São Luís em Angra. Em 1572, a pedido de el-rei, estabeleceu duas estâncias militares, uma no Porto de Pipas e outra no Fanal. Foi capitão-mor de Angra; e, em 1573, como aparecessem 50 navios de guerra estrangeiros que andavam ao corso, fundeando próximo da Vila de São Sebastião, mandou construir a fortaleza de «São Sebastião», vulgarmente conhecida pelo «Castelinho» e a de Santo António do Porto Judeu. Faleceu em 30 de novembro de 1577. Era irmão de Francisco do Canto, auxiliar de Tomé de Sousa na fundação da cidade da Baía e pai de D. Violante do Canto, a heroína que ofereceu a sua fortuna em favor da causa da Independência que D. António Prior do Crato, príncipe português, garantia no trono.
Tanto na sua ascendência como na descendência, a família do Canto ofereceu, em todos os tempos, e em toda a parte se estabeleceu, os mais nobres exemplos de patriotismo e generosidade não vulgares, contando-se diplomatas e artistas.