Cronologia


17 de agosto de 1580
Ciprião de Figueiredo, governador, obriga juramento de fidelidade a alguns capitães, porque, quando em princípios do mês de agosto de 1580, apareceu uma armada fronteira ao porto de Angra, se tocasse a rebate, em toda a ilha, e não acudisse gente dela, como era dever e costume, o governador dos Açores, Ciprião de Figueiredo, se dirigiu imediatamente às câmaras e, reunindo nelas o povo das localidades, o censurou pela falta do cumprimento desse dever.
Quando aqui chegou notícia de que D. António, o Prior do Crato, estava em Lisboa, como rei, logo partiram para lá, numa caravela, alguns fidalgos terceirenses, entre os quais Pedro de Castro do Canto, provedor das Armadas, com seus criados, escravos e cavalos, afim de cooperar com os partidários de D. António, auxiliando a causa do príncipe português por quem sempre esteve a Terceira; ao chegarem, porém, à barra de Lisboa, souberam ter sido desbaratado o seu rei e estar senhor da capital o duque de Alba. Tentaram fugir, mas foram presos e sequestradas fazendas, cavalos e a caravela, para a coroa.
Ao ter disto conhecimento, Ciprião de Figueiredo, logo se apressou a prevenir qualquer desanimo que este facto provocasse, dirigindo-se imediatamente às câmaras, ao saber de recusa de comparência ao último toque de alarme, quando surgiu a armada castelhana sobre a cidade, e aí obrigou a juramento os capitães Gaspar Camelo do Rego, Simão de Andrade, Pedro da Costa Mendonça e Alexandre Pinheiro, filho de Baltazar Gonçalves, cavaleiro da casa do Infante D. Luís e pai de D. António.

In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 254, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.

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Última actualização 2025-06-05->