Henrique III de França envia oito navios com tropas para a defesa de D. António, Prior do Crato.
No dia 11 de junho de 1583 fundeavam oito navios franceses na baía de Angra, com tropas enviadas pelo rei de França, a pedido de D. António, Prior do Crato. Comandava-as Mr. Du Chaste.
A receção, feita pelo povo da cidade aos soldados franceses, foi imponentíssima, pendendo das janelas variadas colgaduras e soltando-se muitos vivas e palmas; vivas que envolviam o rei de França, D. António de Portugal e o comendador Du Chaste.
Caminhando os soldados por entre alas de povo e sob uma chuva de flores, foram até os quartéis, onde se juntaram aos que já cá estavam, desde o ano anterior, com o mesmo propósito.
Governava então a ilha o conde Manuel da Silva, substituindo Ciprião de Figueiredo que intrigas fortes haviam afastado dos Açores e do seu governo.
Manuel da Silva, de ânimo fraco e ignorante na arte da guerra, desviou quatro companhias francesas para a Ilha do Faial, sob o comando de Carlos Bordeaux, não obstante Du Chaste notar que eram poucos e deficientes os elementos de defesa para opor a um tão poderoso inimigo como era o leão de Castela.
Muito sofreram os moradores da ilha com os soldados franceses e ingleses nela aquartelados; o que acontecia sempre que para a ilha vinham tropas estranhas. Alguns escritores da época dizem que era maior o incómodo do povo pela permanência das forças aquarteladas do que pelo perigo do bombardeamento. Os terceirenses foram bem sacrificados.
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 187, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.