O governador geral do Brasil, Tomé de Sousa, fala do terceirense Francisco do Canto.
Quando Tomé de Sousa foi nomeado governador geral do Brasil, partiu para ali levando em sua companhia o moço terceirense Francisco do Canto, que com ele militara nas lutas de África onde foi armado cavaleiro e concedido o foro de fidalgo, que cedeu em seu pai – ano de 1527 – Pedro Anes do Canto, provedor das armadas açorianas.
Em 4 de agosto de 1549 escrevia, o governador Tomé de Sousa, a Pedro Anes, falando-lhe do filho, nestes termos, que constituem documento importante passado pelo padre Maldonado na sua « Fénix Angrence»:
«Eu não sei como comece a falar dele a V. Mercê, senão que saibais certo que tendes o mais honrado filho, e mais para tudo, do que tem homem neste reino; e se lá ouvirdes dizer que eu cá fiz uma cidade, ele a fez».
Francisco do Canto alcançara, já, a comenda da ordem de Cristo por carta de 7 de setembro de 1546 com a cláusula de servir na Vila de Avito contra os mouros dois anos, à sua custa, sem moradia nem coisa alguma da ordenança da vila, apresentando-se em 20 de novembro de 1546.
Sendo bastardo, seu pai o legitimou e o instituiu por herdeiro do terceiro morgado, numa de suas disposições testamentárias com que faleceu.
Há pouco, no Instituto Histórico e Geográfico da Baía, conseguimos arquivar este facto que vem dar à Terceira a honra de haver, um seu filho, contribuído para a fundação da primeira cidade do Brasil.
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 241, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.