Morreu, na Vila da Praia, Afonso Gonçalves Baldaia, apelidado «O Velho de São Francisco».
Este Baldaia, que foi dos primeiro colonos açorianos, era o navegador que, em 1434, com Gil Eanes, empreendeu uma viagem marítima ido a 30 léguas além do Bojador e descobrindo, uma angra a que chamaram de «Ruivos», e mais tarde, outra viagem de exploração marítima de que regressou em 1436; foi o almoxarife da cidade do Porto, em 1432, cargo que desempenhava ainda em 13 de outubro de 1442; foi fidalgo e copeiro da casa do Infante de Sagres, donde passou para a Terceira acompanhando o primeiro donatário Jácome de Bruges. Estabelecendo-se, Afonso Gonçalves Baldaia, na parte de Angra, cedeu suas casas e terrenos para estabelecer o convento dos Franciscanos, no sítio onde funcionou o Liceu. Passando à Praia da Vitória, edificou aí sua morada; e, em 1480, a cede para o mesmo fim, sendo então apelidado pelo povo – «o Velho de São Francisco». Nestes dois conventos se abriram aulas para o ensino público que prestaram grande auxílio.
Em 1481 morre o «Velho de São Francisco», na Praia, sendo seu corpo conduzido para Angra, conforme sua vontade, e sepultado em cova rasa na casa do capítulo dos Franciscanos, onde repousa o navegador português, ao lado de Paulo da Gama, de João Vaz Corte Real e outros navegadores e capitães das descobertas.
Ainda hoje se vê a pedra mármore que cobre a sua sepultura, numa dependência do grande edifício onde ele teve sua primeira residência.

In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 49, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.