Divisão da Ilha Terceira em duas capitanias; Carta de Álvaro Martins Homem.
Extraída dos arquivos pelos historiadores da época e transcrita nas obras do Dr. Ernesto do Canto e de Ferreira Drumond:
«Eu, a Infanta D. Beatriz, tutora e curadora do Infante meu filho; faço saber a quantos esta minha carta virem e o conhecimento dela pertencer por qualquer via, que seja, que considerando eu como entre Jácome de Bruges e Álvaro Martins, capitães da sua Ilha Terceira de Jesus Cristo sempre houve alguns debates por a terra da dita ilha não se ter de todo partido, e ora por me ser certificado o dito Jácome de Bruges ser morto e a dita capitania ficar devoluta ao dito senhor meu filho, por ele não ter filho legítimo varão, segundo a forma da sua carta, fiz mercê dela a João Vaz Corte-Real, fidalgo de sua casa, e por querer escusar entre o dito João Vaz e o dito Álvaro Martins os ditos debates, houve por bem repartir a ilha por cada um haver a sua capitania na metade dela, segundo a tenção do Infante meu senhor, que Deus haja ora;...parte pela Ribeira Seca pela metade da dita ilha, até à outra banda, como se vai de Noroeste ao Sueste. E partida a ilha pela dita maneira, mandei ao dito João Vaz que escolhesse, e ele escolheu a parte de Angra e deixou a parte da Praia em que Jácome de Bruges tinha feito seu assento, para Álvaro Martins.»
E a divisão se efetuou entregando-se, cada qual, aos trabalhos de edificação e arroteamento.
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 45, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.