O Infante D. Henrique doou ao seu servidor Jácome de Bruges, primeiro capitão donatário, a Ilha Terceira.
O Infante D. Henrique doou ao seu servidor Jácome de Bruges, a Ilha Terceira, cujo povoamento ele iniciou no ano antecedente, segundo opiniões mais seguidas. Apresentamos aqui um parte, apenas, a principal dessa carta, escolhendo uma das duas que existem:
«Eu, o Infante D. Henrique, regedor e governador da ordem de Cavalaria de N. S. Jesus Cristo, duque de Viseu e senhor da Covilhã, faço saber aos que esta minha carta virem que Jácome de Bruges, meu servidor, natural do Condado de Flandres, veio a mim e me disse, que por quanto desde “ab initio” e memória dos homens, se não sabiam as Ilhas dos Açores sob outro agressor senhorio, salvo meu, nem a Ilha de Jesus Cristo, terceira das ditas ilhas, a não souberam povoada de nenhuma gente que até agora fosse do mundo, e ao presente estava erma e inabitada; que me pedia por mercê e lhe desse minha real autoridade para ele, como senhor das ilhas. E eu vendo o que me assim pedia, ser serviço de Deus e bem e proveito da dita Ordem, querendo-lhe fazer graça e mercê, me apraz de lha outorgar, como ma ele pediu. E tenho por bem e me apraz que ele a povoe de qualquer gente que lhe a ele aprouver, que seja da fé católica e santa de N. S. Jesus Cristo; e por ser causa da primeira povoação da dita ilha, haja o dizimo de todos os dízimos que a Ordem de Cristo houver para sempre e aqueles que de sua geração descenderem.» (Arquivo dos Açores).