Dá-se o desembarque dos primeiros colonos na Ilha de Jesus, Terceira na ordem das Descobertas.
É opinião mais provável, seguida por alguns escritores açorianos, que foi o dia primeiro do mês de janeiro aquele em que desembarcaram na Ilha Terceira os seus primeiros colonos, companheiros do capitão donatário de toda a ilha, Jácome de Bruges, do condado de Flandres, entre os quais se contam Diogo de Teive, da Madeira, seu ouvidor. Gonçalo Eanes da Fonseca, de Lagos, João Coelho de Guimarães, João Leonardo, João Bernardes e João da Ponte, e alguns frades da ordem de São Francisco, além de trabalhadores e artífices, acampando no Vale do Paúl e que chamaram «Sant’Ana de Portalegre», onde edificaram os primeiros abrigos e erigiram o primeiro templo com a imagem de Sant’Ana que os acompanhara na viagem.
Em 1458 vieram mais famílias distintas para a ilha, como Álvaro Vaz Merens, Miguel Ximenes, Gonçalo Ferreira de Teive, Gonçalo Mendes de Vasconcelos, Simão Pacheco, Rodrigo Afonso Fagundes, Lourenço Alvares, Fernandes Annes Froes, Fernão Afonso, Gonçalo Anes Serodeo, Afonso Anes, Afonso Alvares, Diogo Pires e outros de não menos distinção.
Estabelecida a primeira Câmara, no lugar do Porto Martins, composta dos quatro Joães, se dividiu a ilha pelos que a ela vieram no intuito colonizador, começando o arroteamento, tarefa em que os próprios contemplados se empregaram trabalhando com os campónios, lado a lado, em igualdade de esforço, para o rápido desenvolvimento da ilha.

In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 25, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.