Cronologia


sábado, 30 de janeiro de 1892
Sepultou-se o cadáver de João Francisco Oliveira Bastos, Capitão dos Voluntários.
João Francisco Oliveira Bastos, que nasceu em 9 de março de 1806, veio para a ilha Terceira em 1826 como guarda livros da casa de Teotónio de Ornelas, I conde da Praia da Vitória, casando com uma filha deste, D. Maria Amélia de Ornelas Bruges, de quem não há descendência. Assistiu a todas as reuniões que no palácio do conde se efetuaram, planeando o movimento revolucionário. Em outubro de 1828 foi à Inglaterra, no iate «Santa Luzia», propriedade do conde, com despachos a Palmela; e, ao regressar em 1829, encontrou a ilha bloqueada pela esquerda inglesa, retirando-se para a Inglaterra; mas ao voltar, foi preso pela fragata «Pérola» e acorrentado no porão da nau D. João VI, onde ouviu o tiroteio entre os navios da esquadra inimigas e as baterias da Praia, no célebre dia 11 de agosto de 1829. Seguindo a nau para Lisboa, após a derrota dos miguelistas, foi ele encerrado na torre de São Julião, onde permaneceu até 24 de julho de 1833 em que a divisão liberal entrou triunfante em Lisboa.
Livre se bateu depois, até 1834, contra as forças miguelistas. Como relíquia do cativeiro conservou até à morte um anel feito da chaveta da corrente que o ligava a outro prisioneiro. Acabada a guerra voltou à Terceira, alistando-se no batalhão de voluntários onde era capitão. Foi condecorado com a medalha n.º 7.

In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 54, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.

2021 © Câmara Municipal de Angra do Heroísmo

Última actualização 2025-06-07->