Morreu o terceirense, e grande orador açoriano, cónego Francisco Rogério da Costa.
Nasceu Francisco Rogério da Costa no dia 5 de setembro de 1822, filho de Félix José da Costa e de Dona Joaquina Máxima Faria, na cidade de Angra do Heroísmo.
Estudante aplicado e inteligente, recebeu ordenação sacerdotal em 1843. Em novembro de 1858, sendo vigário da igreja paroquial da Conceição, recebeu a vista do infante D. Luiz, que foi, mais tarde, rei de Portugal, dirigindo-lhe um eloquentíssimo discurso que arrebatou a assistência. Cónego honorário da Sé de Angra, examinador sidonal do Bispado, lente particular de teologia e professor do «Colégio de N.ª S.ª da Guia», o padre Rogério foi pregador régio, cavaleiro das ordens de Cristo, de Portugal e Brasil e de Nossa Senhora da Conceição, e considerado o primeiro orador sagrado, improvisador, do seu tempo, nestas ilhas. Caritativo e esmoler, a sua côngrua era repartida pelos que tinham necessidade e dele se abeiravam. A muitos enfermos do populoso e pobre bairro do Corpo Santo, chegou ele, de noite, a ocultas, a levar caldos de galinha que mandava preparar em sua casa e pessoalmente conduzia ao leito dos pobrezinhos. A sua palavra arrebatava os auditórios, os seus improvisos eram modelos de eloquência.
Como pároco, como sacerdote e como orador sagrado, ainda, entre nós, não houve quem o excedesse em dedicação e simpatia.
Todavia, onde ele era admirável, verdadeiramente arrebatador, era no improviso, no gesto, na palavra. Alguns sermões dele foram publicados.

In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 265, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.