Desembarcou em Angra o capitão Andrews, americano, no seu barquinho «Sapólio».
Em agosto de 1892 surgiu, na baía de Angra, uma chalupinha americana construida com ferro e chumbo, a quilha, e forrada de lona impermeável, medindo 4,50 metros de comprimento e 1,80 metro de largura por 90 centímetros de pontal, batizada com o nome de «Sapólio», conduzindo um único tripulante, o capitão da marina mercante dos Estados Unidos da América, Mr. William A. Andrews, procedente de New-Jersey, donde saíra em 20 de julho dirigindo-se a Palos (Espanha) para assistir às festas de Colombo, que dali saíra para a descoberta do Novo Mundo, e devendo depois figurar na exposição de Chicago, em 1898. Era interessante o propósito e arrojada a aventura.
Deitava regularmente 5 a 6 milhas por hora. O seu capitão desembarcou aqui para receber aguada.
Era a terceira travessia do Atlântico feita por este arrojado marinheiro em excecionais condições. Na primeira foi acompanhado por um irmão, na segunda por um cão; e, desta vez, só.
Depois de visitada a chalupinha por algumas pessoas, foi o capitão saudado com muitas girândolas de foguetes e música, hospedando-se na residência do cônsul americano Nestor Ferreira Borralho aonde foi conduzido processionalmente, demorando-se três dias em Angra. Á sua partida recebeu imponentes manifestações dos angrenses. Como recordação ficou a moda dos bonets de pala com larga copa, de cor azul, que eram conhecidos por sapólios. Foi-lhe oferecido um hino escrito em sua homenagem.
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 264, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.