Morre D. Pedro IV, o Rei-Soldado que nos Açores iniciou o seu reinado, combatendo.
D. Pedro IV, ao lado de quem combateram os açorianos, morreu abraçando um soldado a quem agradeceu os serviços prestados e pediu que transmitisse aquele abraço a quantos o haviam acompanhado.
Nasceu D. Pedro a 12 de outubro de 1798; sua filha D. Maria a 4 de abril de 1819; foi imperador do Brasil a 13 de maio de 1822; rei de Portugal em 10 de março de 1826; abdica a coroa de Portugal em sua filha em 2 de maio de 1826; outorga a carta constitucional em 29 de abril de 1826; abdica a coroa do Brasil em seu filho a 7 de abril de 1831; desembarca na Ilha de São Miguel em 22 de fevereiro de 1832; chega à Ilha Terceira em 3 de março de 1832; visita o Faial em 7 de abril de 1832; sai de Angra para São Miguel em 25 de abril de 1832; desembarca nas praias do Mindelo em 8 de julho de 1832; comanda e triunfa no cerco do Porto até 27 de julho de 1833; entra em Lisboa em 28 de julho de 1833; visita o Porto em 27 de julho de 1834; é-lhe confirmada a regência do reino pelas cortes em 15 de agosto de 1834; faleceu em 24 de setembro de 1834 legando o seu coração à invicta cidade do Porto.
Destas ilhas o acompanharam às praias do Mindelo os 7.500 bravos vencendo as forças absolutistas que então ascendiam a 80.000 homens em todo o continente. A Ilha Terceira, onde teve seu trono, erigiu-lhe o primeiro monumento que em Portugal e Brasil se viu à sua memória, foi berço dum seu filho que sepultou no átrio da sé.
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 292, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.