Triunfa o movimento liberal em Angra, na madrugada deste dia memorável.
É uma página das que mais se ufana a Ilha Terceira na sua história famosa. Na véspera deste dia, o capitão José Quintino Dias, comandando caçadores 5, com 300 homens, e tendo por imediato Francisco Eleutério Lobão, tenente, apossam-se do Castelo e prendem o governador Caetano Paulo Xavier; e, descendo à cidade, pela madrugada de 22, dirigem-se ao palácio, prendendo o general e seus ajudantes; e, finalmente, às 10 horas estava organizado o governo interino, composto do dr. João José da Cunha Ferraz, dr. Valente Farinha e coronel José Rodrigo de Almeida, Manuel Joaquim Nogueira, secretário, e ajudantes de ordens Teotónio Ornelas e Manuel Homem.
Os precursores deste movimento constituem um apostolado liberal:
António da Fonseca Carvão Paim da Câmara, dr. João José da Cunha Ferraz, major Joaquim de Freitas Aragão, José Jacinto Valente Farinha, juiz de fora, capitão José Quintino Dias, capitão Luiz Manuel de Morais Rego, Manuel Homem da Costa Noronha, dr. Manuel Joaquim Nogueira, Pedro Homem da Costa Noronha Ponce de Leão, Teófilo Rogério de Andrade e Teotónio de Ornelas Bruges Paim da Câmara Ávila e Noronha Ponce de Leão.
Foram estes os 12 apóstolos da Liberdade, que, na Ilha Terceira, conseguiram vencer, implantando o regime constitucional que, em sucessivas lutas, chegou a ser o estatuto nacional, firmado com sangue e vidas de muitos açorianos.
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 198, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.