Cronologia


sábado, 17 de julho de 1830
O mar alto da baía da Vila da Praia, onde se travou a grande batalha entre a esquadra miguelista e os defensores de D. Maria II, o comandante da armada, Rosa Coelho, dirigiu para terra a seguinte proclamação:
“Angrenses! Até quando durará a vossa ilusão! Acaso trinta mil habitantes que existem do vosso país serão poucos para repelir de entre vós um punhado de fracos foragidos que tanto vos têm oprimido, espoliado e desonrado? E será tanta a vossa cegueira que ainda vos não seja visível a discórdia que reina entre esses monstruosos despotas que, aterrados pelos remorsos de seus nefandos crimes e desanimados desses ilusórios socorros externos, só buscam o momento de se evadirem à justa punição que os espera, pretendendo deixar-vos entregues a toda a sorte de desgraças, como já praticaram no Porto e Madeira!
Então que esperais? Quereis, continuando a fazer causa comum com eles, ser co-reus de seus enormes delitos, e que armas do Rei e a espada da justiça, que dentro de poucos dias se apresentarão à vossa frente, façam de vós um montão de cadáveres em lugar de formar uma só família, que, amandando-se mutuamente, faça a fortuna delícias da sociedade?”

In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 223, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.

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Última actualização 2025-06-06->