Surgiu a «Crónica da Terceira», o primeiro jornal a ser publicado em prelos nos Açores.
Em 14 de fevereiro de 1830, desembarcou em Angra, de bordo da galera americana «James-Cropper», vinda de Plymouth, o prelo e material adquirido em Inglaterra por Palmela, para serviço da Junta Provisória que na Terceira constituía o governo liberal português, em nome de D. Maria II, pois era este rochedo o único ponto do país onde os liberais encontraram abrigo e proteção, chamado, por isso, o berço da Liberdade.
No dia 17 de abril saiu o primeiro número de «Crónica da Terceira», redigida por Simão José da Luz Soriano; nele se imprimiu a «Carta Constitucional» (1830); a «Folhinha da Terceira» para 1832, escrita por José António Guerreiro e Bernardo de Sá Nogueira e Luz Soriano; e outros folhetos, bem como ordens do dia. Foi seu diretor tipográfico Pedro Alexandrino da Cunha, alferes de infantaria, compositores Simões e Portugal, impressor Moura Machado, batedor de balas Joaquim José Soares, todos praças do batalhão de voluntários da rainha, sendo requisitado o soldado dos voluntários de Coimbra, António José Gonçalves Costa e João António de Avelar, que pertenceu à brigada de marinha miguelista e foi prisioneiro em 1829. A redação da «Crónica» foi entregue, mais tarde, aos académicos Elias José de Morais, José Estevam Coelho de Magalhães e João Eduardo de Abreu Tavares.
Em 1831, foi chamado o sargento João de Sousa Ribeiro, que aprendeu a arte e na tipografia trabalhou até à morte, como seu último diretor.
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 132, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.