Cronologia


domingo, 16 de agosto de 1829
O conde de Vila Flor dirigiu-se ao marquês de Palmela acerca da batalha de 11 de agosto.
A esquadra miguelista, vencida nas águas da baía da Vila da Praia, no celebrado dia 11 de agosto, continuava ao largo, na expetativa, deixando em frente da cidade alguns navios.
No dia 16, o conde de Vila Flor dirigia ao Marquês de Palmela um ofício concebido nestes termos que bem demonstram a confiança nas suas tropas:
«Depois do dia 11 de agosto a esquadra inimiga, que não tenho deixado de observar, se amarou consideravelmente, e reuniu a corveta, que tinha deixado em observação defronte de Angra. Tem-se visto passar diferentes barcos na direção de São Jorge. Não reputo provável um segundo ataque: 1.º porque o inimigo perdeu perto de metade da sua força e nesta toda a de plena confiança; 2.º porque tem feridos ou mortos os seus principais oficiais; 3.º porque os navios receberam consideráveis avarias. Contudo, estou pronto para os receber em qualquer ponto; e posso dizer a V. Ex.ª que o faço agora com a quase certeza da vitória. – Conde de Vila Flor.»
E, de facto, a maior e a melhor parte da força inimiga ou morreu afogada no mar e ferida nas rochas ou, depondo as armas, caiu em poder dos defensores de D. Pedro IV, confraternizando com os inimigos da véspera, pois que mutuamente se auxiliaram na salvação, arrancando-os dos precipícios em que se haviam lançado para o combate. Dir-se-ia que era a realidade daquele célebre quadro do inspirado artista que pintou os homens guerreando-se em plena noite e abraçando-se à luz do dia.

In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 253, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.

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Última actualização 2025-06-06->