O conde de Saldanha, na baía da Vila da Praia, na Terceira, protesta contra Walpole.
Quando o conde, depois duque de Saldanha, procurava entrar na Terceira, com quatro navios cheios de emigrantes políticos que vinham do depósito de Plymounth, de bordo da fragata inglesa «Ranger», comandante W. Walpole, foi disparado um tiro, intimando a que seguissem outro rumo. Vários ofícios se trocaram durante o dia, sem resultado.
Saldanha redige o seu protesto assinado por quantos se encontravam a bordo:
«Os abaixo assinados, tomando o céu por testemunha, sobre as vagas do Atlântico, à vista e debaixo das baterias das fragatas britânicas que os aprisionaram, protestam com a solenidade possível e em nome da sua soberana, contra o procedimento horrorosamente hostil, praticado hoje contra eles no porto da Vila da Praia, pelo comodoro Walpole, comandante das fragatas de S. M. Britânica, a “Ranger” e a “Nimrod”; repetindo e declarando que a mesma força, que o mesmo comodoro, que os fez prisioneiros, os conduz a escolta, disparando a sua artilharia à mais pequena alteração nas velas dos transportes em que navegamos».
Walpole, respondendo aos vários ofícios trocados, por fim, termina… «Tenho a informar-vos que a vossa conduta me determina a não vos escoltar mais. Tenho a honra de ser, senhor, vosso obediente e humilde criado.»

In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 40, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.