Morre vencedor, na estrada de Bayona, o Terceirense Luiz Diogo Forjaz, Tenente-Coronel.
Nasceu Luiz Diogo Pereira Forjaz Sarmento de Lacerda, tenente-coronel de infantaria nº3, na cidade de Angra, da Ilha Terceira, em 27 de março de 1776, filho de Diogo Pereira de Lacerda e de D. Joaquina Narcisa Leite e Noronha, da mais qualificada nobreza de Portugal, e foi casado com D. Francisca Cândida Corte Real. Quando em 1808 aqui chegou a nova da sublevação do reino, partiu a oferecer-se para a luta patriótica; e, em toda a parte, ocupou os mais arriscados pontos, onde se mediu a sua coragem e valentia. Em Cadiz, na Ilha de Leão, no campo de Chidana, na tomada do castelo do Retiro em Madrid, em Salamanca, em Pinhel, em Lamego, desde Vitória até Pamplona, no assalto do Castelo de S. Sebastião da Biscaia, na França, desde os Pirenéus a Bayona, onde finalmente caiu morto, mas não vencido, Luiz Diogo praticou heroísmo assombroso que arrancaram os maiores louvores nas ordens do dia e na imprensa, em jornais e em volumes.
Em cinquenta ações combateu, sempre contra tropas aguerridas. O marechal Beresford assim fala, em documento público, pranteando o nosso herói: “De pouca idade dava as maiores esperanças; era sempre o primeiro a arrostar-se com os perigos; perdeu a vida gloriosamente nas fileiras do inimigo, numa carga de baioneta, tendo para doirar ainda mais a sua morte a fortuna a ver e deixar os seus bravos soldados vencedores”.
Muitas poetisas lhe foram consagradas em homenagem apoteótica, até no “Diário do Governo”.
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 338, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.