Põe termo à vida o grande tribuno Açoriano, Dr. Fernando Rocha, Terceirense.
Filho da ilha Terceira onde passou os anos de sua infância e exerceu a sua profissão de advogado, o Dr. Fernando Rocha era considerado uma alta capacidade intelectual e os seus discursos empolgavam os auditórios. Mendo Bem, pseudónimo que oculta o nome dum grande poeta terceirense, disse: «Fernando Rocha era um verdadeiro tribuno. E eu, que não conheci José Estevam falando, faço ideia de que Fernando Rocha se lhe assemelharia na eloquência tribunícia, tantos pontos de contacto encontro agora entre o que tenho lido dum e ouvi, encantado, a outro. E não me deixam mentir, por encantado, a outro. E não me deixam mentir por certo, os que ouviram Fernando Rocha na pugnas académicas; os que o admiraram nos brilhantes discursos do Bacquet no Porto, os que o acompanharam em triunfo no dia 22 de junho de 1877 em Angra do Heroísmo. E está para aí muda essa voz preciosa que nos encantava, que arrastava uma população inteira, jungida ao seu verbo inspirado e divino! E morre um homem como Fernando Rocha, à boca fria e metálica dum revolver, já que o cérebro, onde se amontoavam tão brilhantes ideias, tinha por desgraça, um pequeno recesso onde ia abrigar-se a loucura».
Amigo de Antero, e dos mais íntimos, escolheram a mesma porta para saírem da vida – o suicídio!
Era formado em direito e filosofia; foi juiz do tribunal administrativo e presidente do mesmo; e exercia o lugar de juiz na ilha do Pico ao tempo da sua morte. Foi um apóstolo da Liberdade

In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 307, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.