Um destacamento, do Batalhão de Caçadores 5, combate os Miguelistas no Pico Celeiro.
Na ilha Terceira onde as ideias liberais encontraram bom terreno para a sua necessária gestação, existiu, também, uma forte corrente partidária do infante D. Miguel, a qual procurava sublevar o povo contra as forças constitucionais; opiniões houve de que a maior parte da ilha estava pelo absolutismo, como diz o Dr. Francisco Jerónimo da Silva em seus escritos. Capitaneavam os rebeldes, fomentadores de desordens, os seguintes terceirenses: João Moniz de Sá, José Borges Scotto, Francisco Caetano, Mateus Pamplona Corte-Real, o tenente Joaquim Coelho da Rocha, João Baptista Ribeiro, António de Sousa da Costa Evangelho, José Narciso Parreira, Joaquim Coelho de Menezes, Francisco Martins Codorniz e o capitão Enes; além destes oficiais havia cerca de 4.000 homens armados com espingardas, foices, lanças, dardos, etc.
Nas alturas do Pico Celeiro se encontraram os realistas, ou partidários de D. Miguel, com as tropas constitucionais que caminhavam em sua perseguição e o combate se travou com calor, denodo e valentia.
À frente dos constitucionais iam o general Leão Cabreira, o coronel da Silva Torres, os capitães José Maria Taborda e Morais Rego. Durante hora e meia se trocaram numerosos tiros, pondo em debandada os amontinados absolutistas a quem faltava a prática guerreira; e os seus comandantes se esconderam pelos matos e em furnas. Os vencedores entraram na Praia, foram à Câmara e lá rasgaram o livro das atas onde estava a aclamação de D. Miguel.
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 302, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.