Este é o fóssil de uma espécie de ave não identificada, atualmente extinta, que se pensa pertencer ao género Rallus. Foi encontrado no interior do Algar do Carvão e tal como o fóssil de ave marinha (tratado noutro separador), também foi sujeita a um processo de fossilização por mineralização, devido ao fluxo de águas ricas em sílica no interior desta cavidade vulcânica.
Não sendo provável que a presença deste indivíduo seja um caso esporádico de migração errática, crê-se que havia na ilha uma população residente destas aves que, tal como as suas parentes próximas, deveria ocupar zonas húmidas, em particular habitats aquáticos com vegetação bem desenvolvida. Considerando que o Pico do Carvão entrou em erupção entre 1700 a 2000 anos, ficamos a saber que esta espécie terá existido provavelmente em datas bem mais atuais, o que faz desta uma extinção recente.
É notável o facto deste fóssil silicificado estar tão completo. Distingue-se o tronco, o abdómen, os membros posteriores (danificados) e uma asa, a direita, que deveria atingir os 9-10 cm. Permite calcular ainda que esta ave seria um adulto com cerca de 12 cm de altura e observar pormenores do esqueleto, assim como escamas da pele e penas.
É outra recolha feita pela Associação Os Montanheiros e que hoje também pode ser observada no seu museu.
Paulo Barcelos – CMAH