Quem visita o Algar do Carvão não deixa de admirar as formações sedimentares que pendem dos tetos ou que crescem no chão. Um dos fósseis mais curiosos que podemos admirar provém exatamente dessa gruta vulcânica.
Há muito tempo, uma ave marinha (que se julga ser uma cagarra) terá entrado pela cratera e descido até à lagoa que existe no fundo deste algar. Não conseguiu sair e morreu, ficando o seu corpo depositado sobre uma rocha onde se formavam estalagmites siliciosas. O processo continuou, precipitando agora os pingos de água ricos em sílica sobre a ave em decomposição. Ocorreu então um tipo de fossilização chamado de mineralização, onde os materiais originais que componham a ave foram sendo substituídos por outros mais estáveis.
Em 1970 a Associação Os Montanheiros ao explorar este algar descobriu este fóssil incrustado numa rocha de quase 90 Kg de peso, que a muito custo foi retirada do interior desta profunda cavidade e que hoje pode ser observada no seu museu.
Paulo Barcelos – CMAH