A criptoméria (Cryptomeria japonica) é a mais conhecida das essências florestais que povoam a paisagem açoriana. Com origem no Japão, chega aos Açores em meados do século XIX ganhando as suas populações a partir da década de 60 do século XX um forte incremento em dimensão e número.
É hoje a espécie florestal mais relevante e de maior importância na produção de madeira na região. Não admira que tenha sido adotada como a “Árvore de Natal” tradicional dos açorianos.
Em Angra é comum as pastagens de altitude serem recortadas por sebes de criptoméria, que servem de barreira protetora do gado contra os maus ventos, e de fronteira entre os terrenos agrícolas e as comunidades naturais de montanha, a quem acabou inevitavelmente por roubar terreno. Estas sebes vivas conquistaram também bastante notoriedade como elemento estético na paisagem rural das ilhas.
As copas fechadas reduzem muito a luz no interior das matas, onde uma desrama natural intensa resulta quase sempre num chão completamente revestido pelos ramos, reduzindo em muito as espécies que aí subsistem. Em compensação, a chuva e a interceção dos nevoeiros faz com que a água escorra pelos troncos, fazendo crescer sobre a casca destas árvores musgos de tons verde brilhantes, pontuado aqui e ali pelos líquenes brancos, que envolvem por vezes toda a parte basal dos troncos.
Paulo Barcelos – CMAH