Líquenes e Briófitos
Bioindicadores são espécies ou comunidades de espécies, cuja
presença, abundância e
estado de desenvolvimento nos servem como indicadores biológicos de uma determinada condição ambiental. Determinados líquenes e briófitos são
ferramentas capazes de estimar, de uma forma natural, a
qualidade e
integridade do meio ambiente em causa. Ajudam a perceber as consequências para os ecossistemas que as intervenções humanas ou as alterações naturais possam estar a provocar. Respostas robustas a essas alterações, como o definhar de uma dada espécie, podem alertar o Homem e levá-lo a uma mudança nas atividades e comportamentos.
A galeria fotográfica que aqui se apresenta contém alguns desses líquenes e briófitos, que podem ter um papel muito significativo como bioindicadores e em estudos de biomonitorização da qualidade atmosférica, uma vez que absorvem os nutrientes por via aérea. Com diferentes vulnerabilidades e resistência à poluição, algumas destas espécies são utilizadas para identificar a presença ou valores anormalmente elevados de determinados compostos químicos na atmosfera. O mapeamento dessa biodiversidade liquénica ou briofítica permite inferir da qualidade do ar numa região, e ajudar a identificar as melhores áreas a salvaguardar. Se espécies mais sensíveis têm tendência a desaparecer com o aumento da contaminação, a diversidade e abundância de algumas das espécies aqui apresentadas demonstram a boa qualidade do ar nesta cidade de Angra do Heroísmo.
Refira-se ainda que os líquenes e musgos são organismos vivos que crescem em habitats variados, muitos deles “construídos” pelo Homem. Neste caso estamos perante uma exposição fotográfica temática, onde Paulo Henrique Silva selecionou um conjunto de imagens não só pela estética da foto, mas também para causar surpresa e curiosidade ao observador. O que a lente captou encontra-se disperso pelos edifícios de Angra do Heroísmo, passando despercebido à maioria de nós, mas pode ser encontrado passeando pelas ruas desta cidade património, bastando para tal apenas um pouco mais de atenção.
Esta exposição temporária foi inaugurada no Jardim Público de Angra a 3 de junho de 2022, em grande formato, numa iniciativa da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.
Texto: Paulo Barcelos – CMAH
Legendas descritivas: Rosalina Gabriel-Grupo da Biodiversidade dos Açores (GBA-cE3c) e Félix Rodrigues, Faculdade de Ciências Agrárias e do Ambiente (FCAA-DCEA) Universidade dos Açores (Campos de Angra do Heroísmo)