O plátano comum que existe nos Açores (Platanus hybrida ou Platanus × hispanica) tem origem na hibridização do Platanus orientalis com o Platanus occidentalis. É uma árvore de grande envergadura que pode chegar aos 40 metros de altura, dando origem a copas amplas e arredondadas, embora com as podas a que são habitualmente sujeitas possam assumir diversas formas.
Embora no passado tenham sido aproveitados pela sua madeira, hoje povoamentos puros de plátanos com essa finalidade são extremamente raros. Por outro lado, pelo facto de não ser exigente ao nível do solo e clima, de ser de fácil reprodução vegetativa, resistente a pragas, doenças e às podas mais drásticas a que é submetida, tornou-se numa das mais populares árvores de sombra em espaços públicos. Utilizadas de forma mais ou menos isolada como ornamental em parques, praças e jardins, ou formando povoamentos alinhados ao longo de passeios ou a ladear os caminhos, tornou-se comum ver plátanos por todo o país, seja em zonas rurais ou urbanas.
Apesar dessa popularidade, apresenta alguns problemas. Os seus frutos, globulosos e penugentos, que servem de alimento a algumas aves, libertam uns pelos curtos, irritantes quando inalados por pessoas mais sensíveis, provocando problemas respiratórios e alergias. A acumulação de folhas no outono é outro dos inconvenientes, principalmente por serem muitas e de grande dimensão.
É facilmente reconhecível pela sua casca, inicialmente lisa e de tons amarelo claro, que vai depois adquirindo uma tonalidade cinzento esverdeada. Com o passar do tempo começa a desprender-se em placas, mostrando por baixo as manchas claras da casca jovem, fazendo do tronco um mosaico de várias cores.
Por vezes criam alamedas como esta no caminho de acesso à freguesia dos Altares, com cerca de 830 m de extensão, que pela sua inquestionável beleza, seja em que estação nos encontremos, acabou por ser classificada a 21 de fevereiro de 2015 como “Conjunto Arbóreo Classificado de Interesse Municipal”. Os líquenes dourados que revestem a casca como penugem ou os brancos mais localizados e expressivos, os musgos vermelhos ou verdes escuro e as heras brilhantes, são alguma da vida que encontrou nestes plátanos um habitat, conferindo maior beleza e valor a este conjunto.
Paulo Barcelos – CMAH