Como foi hábito durante séculos, também nos Açores eram as ordens e instituições religiosas aquelas que assumiam o saber. À exceção das câmaras municipais e de alguns particulares a partir do século XIX, as grandes bibliotecas estiveram sempre na posse dos conventos. A esse nível Angra beneficiou grandemente do facto de aqui se terem estabelecido durante um longo período franciscanos, jesuítas e mais tarde o Seminário Episcopal da região. No plano político-administrativo dos Açores (civil, militar e religioso), Angra manteve também ao longo de toda a sua história estruturas de gestão de topo, responsáveis pela produção de inúmera documentação de capital importância para a história local e do arquipélago.
Terra de livreiros/editores viu surgir ao longo dos anos um anormal número de livros, periódicos e todo o tipo de publicações. Podemos, pois, afirmar que a palavra impressa é algo que agrada ao terceirense. Mas, mesmo antes de haver imprensa, numa terra onde tantos apreciam história e genealogia, também os raros e preciosos documentos manuscritos sempre foram alvo de aturados estudados feitos com grande entusiasmo.
Com a extinção régia de ordens religiosas e outros percalços que foram ocorrendo, ainda assim se salvaram algumas importantes bibliotecas, que hoje podem ser consultadas. Por outro lado, a concentração de vários arquivos, muitos dos quais particulares, deu origem a um riquíssimo espólio, que hoje está junto de uma das maiores bibliotecas públicas nacionais, que é repositório de depósito legal.