De influência hispano-árabe, a azulejaria chega a Portugal nos finais do século XV vinda de Espanha, para revestir as paredes de palácios e igrejas. Cerca de setenta anos depois, em 1560, começam a surgir em Lisboa as primeiras oficinas de olaria que produzem azulejos segundo a técnica de faiança, importada de Itália.
Os artesãos portugueses adaptam então a técnica mourisca, mais geometrizada, simplificando-a ao gosto dos padrões ocidentais, inspirando-se nos têxteis, na ourivesaria, nas gravuras e nas viagens dos portugueses ao oriente, retratando fauna e flora exótica. Constroem-se painéis figurativos, que narram importantes acontecimentos ou representam momentos de uma história contada. A indústria floresce graças às encomendas da nobreza e do clero. Grandes painéis são fabricados à medida, para preencher as paredes de igrejas, conventos, palácios, solares e jardins, evoluindo o estilo de acordo com a época em que eram concebidos.
Os primeiros painéis chegam à ilha um pouco mais tarde, mas com o mesmo propósito. Vemos surgir o azulejo decorativo nos frontais de altar, nos átrios dos solares, em recantos de jardins e noutros locais, mostrando sinais de alguma ostentação. Mas a original azulejaria portuguesa evoluiu e tornou-se numa referência mundial, pelo que ainda hoje verdadeiras obras-primas saem das fábricas para decorar espaços e edifícios de uso público, como também os há em Angra.