O coro era um local de acesso exclusivo aos residentes do convento, os frades franciscanos, que louvavam a Deus e intercediam pela proteção divina, através da oração coletiva, do canto e da introspeção individual. Acima do cadeiral, as paredes encontram-se revestidas por um rico e magnífico apainelamento de azulejos da primeira metade do século XVIII, atribuído a Teotónio dos Santos (1688-1762), que narra episódios da vida de São Francisco. Destes painéis, destaca-se aquele que evoca o momento em que São Francisco recebe as cinco chagas que o transformam num novo Cristo, o que justifica que as armas franciscanas, visíveis em muitos outros locais do antigo convento, sejam dois braços estigmatizados, encimados por uma cruz latina, sobrepondo-se o de Cristo, nu, ao do fundador da Ordem Franciscana, revestido pelo hábito, numa evocação do gesto que este usou para benzer os irmãos presentes, ausentes e futuros, no seu leito de morte.
Museu de Angra do Heroismo