O Monumento ao Toiro, erguido por iniciativa da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, foi inaugurado a 22 de janeiro de 2011, precisamente no dia do 45º aniversário desta instituição. Pretendeu-se com esta escultura monumental homenagear a cultura tauromáquica da ilha Terceira, não só o toiro mas também os ganadeiros, capinhas, pastores, cavaleiros tauromáquicos, toureiros e todos aqueles que contribuem para que esta cultura se mantenha viva e intensamente vivida. Obra que ultrapassou os 220 000 euros, foi financiado a 70% pelo Governo Regional dos Açores, sendo o restante valor conseguido com o apoio de inúmeros particulares e empresas que se juntarem entusiasticamente neste projeto.
Concebido pelo artista plástico Renato Costa e Silva, é composto por um grupo escultórico de três touros, inseridos num pedestal, em posições distintas, que permitem uma interpretação livre das várias formas de toureio. Com dimensões de sensivelmente 9x9x9 metros, elevado 11 metros acima do chão, sendo provavelmente a de maiores dimensões que existe com esta temática. Esta obra conjuga na sua estrutura diversos materiais, entre os quais ferro, cimento, betão, fibra de vidro e cinza vulcânica.
O ato inaugural contou com a presença do Representante da República para os Açores José António Mesquita, o Secretário Regional da Saúde Miguel Correia em representação da presidência do Governo Regional, a Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo Andreia Cardoso, o Presidente da Tertúlia Tauromáquica Terceirense Arlindo Teles, o Presidente da Comissão para o Monumento ao Toiro João Paes e restantes membros da comissão, João Herminio Ferreira, Paulo Raimundo, Rui Silva, José Brasil, Ildebrando Ortins, Valdemar Barcelos, Humberto Martinho, José Valadão e José Porto, e centenas de aficionados e curiosos.
Renato Costa e Silva é natural de Angra do Heroísmo (1956). Ainda jovem tomou contacto com notáveis obras de arte em museus europeus. Estuda arquitetura no Canadá, mas não satisfeita a sua incessante busca de conhecimento segue estudando como autodidata. Busca o conhecimento em academias, simpósios, workshops, na literatura e nos grandes mestres que trabalhavam a madeira, a pedra, a cerâmica e o ferro em oficinas e fundição.
Escultor e ceramista, autor e formador, construiu fornos a lenha para cozedura de cerâmica, o seu meio de expressão de eleição, produzindo desde louça de autor e outros elementos, até às esculturas personalizadas. Como ceramista, a pedido da Direção Regional dos Assuntos Culturais faz o Levantamento e Estudo dos Barros da Ilha Terceira e da Cerâmica nos Açores, explorando o potencial e tornando-se num profundo conhecedor dos materiais regionais de origem vulcânica, nomeadamente da composição de pastas com barros vulcânicos, e dos efeitos estéticos destes nas cozeduras a lenha a alta temperatura, cuja técnica foi apurando ao longo dos tempos. O metal e a fibra tornaram-se também elementos frequentes nalgumas das suas obras mais emblemáticas.
Cofundador da Oficina D'Angra é formador em várias oficinas e fez exposições individuais e coletivas em Portugal, França, EUA, Canadá, Bermudas e Kuwait, tendo obras dispersas por várias coleções privadas, museus e outros espaços públicos.
Paulo Barcelos – CMAH