A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo inaugurou a 1 de junho de 2022, pelas 21:30, a obra “Uma flor para a criança da Terra de Todos”. Na intenção de Dimas Lopes, a cidade de Angra é uma linda flor que nasceu no meio do Atlântico, aberta à Humanidade, pertencendo a um planeta sem fronteiras. Quer o autor que esta flor seja também ela um pequeno mundo sem fronteiras, livre de obstáculos, que as crianças sintam como sua, que possam tocar e passar através dos seus arcos. O mar, que logo ali convida a entrar, e no cimo as Flores que obrigam a ver mais longe, marcam o destino da criança. “A metamorfose de uma flor em aço encerra o simbolismo da procura por um mundo mais justo, melhor, que as crianças e os jovens de hoje e de sempre, com a sua energia, abertura e alegria podem criar, na Terra de Todos.”
A obra, toda ela concebida em inox, compreende 3 tubos verticais, o maior dos quais ascende aos 9 m de altura, rematados superiormente por círculos, simbolizando as hastes florais, tendo na base um conjunto de círculos dispostos verticalmente de forma concêntrica, como se das folhas se tratassem. A execução foi da empresa de serralharia terceirense EstragaFerro. Completa a obra um sistema de iluminação cénica com alternância de cores.
Dimas Simas Lopes, terceirense nascido nos Biscoitos em 1946, licenciou-se em medicina pela Universidade de Coimbra na especialidade de Cardiologia. No entanto, a paixão pela criação artística levou-o a manter uma carreira paralela, produzindo um elevado e diversificado número de obras. Começou por frequentar o ateliê do pintor Enrique Valero em Angra do Heroísmo e em Madrid e em 1992 realizou a sua primeira exposição de pintura a convite da Direção Regional de Cultura. A partir dessa data, participou em dezenas de exposições individuais e coletivas em galerias e espaços públicos nacionais e estrangeiros. A partir de 1998 iniciou-se na escultura, principalmente em obras de arte pública que privilegiam o uso do metal nas suas criações. Como autor está representado individualmente ou em várias coleções públicas e privadas, em várias ilhas dos Açores, em Portugal continental, França, Espanha, Itália e Estados Unidos. Recebeu a medalha de Valor Cultural da Câmara Municipal da Praia da Vitória e outros prémios. Fundou em 2004 a Carmina Galeria de Arte Contemporânea. Pintou também alguns murais e nos últimos anos tem-se dedicado também à publicação de obras literárias.
Paulo Barcelos – CMAH