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Um Círculo que não é um Círculo

A empresa Tabaqueira S.A., no âmbito da sua atividade mecenática através do Fundo Tabaqueira de Arte Pública, tem por objetivo patrocinar anualmente a criação de obras de arte pública de relevância cultural e indiscutível qualidade, a instalar numa cidade escolhida para esse efeito.

Em 2000 a projeto da artista Fernanda Fragateiro “Um Círculo que não é um Círculo” foi escolhido por um júri de personalidades reconhecidas internacionalmente, por unanimidade, como projeto vencedor do prémio Tabaqueira de Arte Pública 2000.

O protocolo celebrado entre o Instituto de Arte Contemporânea do Ministério da Cultura, a Empresa Tabaqueira S.A. e a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo permitiu concretizar a obra. Foi inaugurada na rotunda dos Portões de São Pedro no dia 12 de setembro de 2002.

A obra, que abrange a totalidade da rotunda, é composta por uma série de rails metálicos curvilíneos, concêntricos, descontínuos, fragmentados e a várias distâncias ao solo. Esses arcos de circunferência configuram um espaço interior parcialmente contido, como que um círculo interrompido que não se fecha, que se pode ocupar e que dá mote ao título da obra: Um círculo que não é um círculo. Esta estrutura está assente num pavimento em calçada de calcário e basalto, também ele parte integrante da obra.

No projeto a estrutura deveria conjugar-se com um conjunto de jacarandás, que chegaram a ser plantados, para que a passagem do vento pudesse ser assinalada, revelando-se nas suas copas, conferindo à peça “transparência e delicadeza”. A exposição do local aos fortes ventos vindos do mar, carregados de sal, obrigaram à substituição dos jacarandás por lagonárias.

Fernanda Fragateiro licenciou-se pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1987. Começou a expor ainda estudante, em exposições coletivas. Cresce, enquanto artista, numa altura em que começavam a abordar novas formas de ver este tipo de arte, e a desenvolver novas técnicas, materiais e suportes. Ao longo do seu percurso usou sempre a escultura e a instalação como principal meio de expressão, apostando numa relação destas com a arquitetura e com o meio envolvente. Várias vezes premiada, a sua obra está representada em várias coleções públicas e privadas de grande importância, dentro e fora de Portugal.
Paulo Barcelos – CMAH

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Última actualização em 2022-05-08